Os "Titi" Não Precisam de Representantes

Os jovens deste país aspiram por dias melhores, com menos violência, mais empregos e educação de qualidade. Mas de quais jovens estamos falando? Certamente não estamos falando de jovens de classe média alta, como aqueles que assassinaram o índio Galdino. Nem mesmo daquela linda garota, que junto com o namorado assassinou os próprios pais. Também não estamos nos referindo aos jovens que se organizam na Savassi para se drogar e roubar as lojas da região.
Estes jovens precisam é de rever seus valores, buscar uma religiosidade profunda e conhecer melhor a realidade das regiões mais carentes de nossa cidade. É fundamental também democratizar as escolas particulares de ensino médio e fundamental, para que os alunos de classes sociais distintas possam trocar experiencias uns com os outros.
Já os mais carentes precisam realmente de políticas públicas específicas, ter acesso a educação, a cultura, ao esporte, ao trabalho digno, e ao lazer, para que fiquem distante do mundo das drogas e não absorvam valores mesquinhos das classes mais favorecidas, que preferem o ter, ao ser, usam segurança residencial privada, pouco se importando com o mundo que está a sua volta.
Portanto é fundamental estarmos atentos aos verdadeiros anseios dos jovens, possuidores de vários talentos e que sofrem com a falta de oportunidades, e exigir das classes privilegiadas que se atentem ao comportamente de seus filhos. E quanto ao governo, quando se tratar de políticas públicas para a juventude, cuide dos menos favorecidos, porque o problema dos mauricinhos é justamente o contrário. O status, e o excesso de oportunidades, causam uma competição desmedida entre eles, que não aprenderam a ser solidários.

Escrito em set/2005